Implicações cardiometabólicas da inibição do sistema renina angiotensina em ratos espontaneamente hipertensos alimentados com uma dieta hiperlipídica
A hipertensão arterial é frequentemente associada à dislipidemias, obesidade e diabetes, fatores que contribuem para o aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV), através da exacerbação de mecanismos que incluem o sistema renina angiotensina (SRA) e o sistema nervoso simpático. Consid...
Main Author: | ROCHA, Marcelo Aurelio da |
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Other Authors: | DUARTE, Gloria Isolina Boente Pinto |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34387 |
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Summary: |
A hipertensão arterial é frequentemente associada à dislipidemias, obesidade e diabetes, fatores que contribuem para o aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV), através da exacerbação de mecanismos que incluem o sistema renina angiotensina (SRA) e o sistema nervoso simpático. Considerando que o SRA, expresso em vários tecidos, está envolvido na modulação do tecido adiposo e no desenvolvimento da hipertensão arterial, nós hipotetizamos que a inibição deste sistema em fases precoces da vida, poderia impedir a reprogramação fetal, diminuindo a susceptibilidade às alterações cardiovasculares e metabólicas. Portanto, para testar esta hipótese, 72 ratos espontaneamente hipertensos (SHR) foram divididos aleatoriamente, no primeiro dia após o desmame em: a) grupo Controle - alimentados com dieta padrão (14% de lipídios e 63% de carboidratos), que receberam salina v.o.; b) grupo C + E - alimentados com dieta padrão, tratados com enalapril (20 mg/kg, v.o.), c) grupo DH - alimentados com uma dieta rica em lipídios/baixa em carboidratos (58,4% de lipídios e 26,6% de carboidratos), que receberam salina v.o; d) grupo DH + E - alimentados com a DH e tratados com enalapril (20 mg/kg, v.o.);. Durante todo o tratamento, a ingestão calórica e a massa corporal foram acompanhadas. Estes animais foram subdivididos para realização de diferentes protocolos experimentais: as 12 semanas de idade, foram mensurados a pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC) nos animais não anestesiados, bem como os testes bioquímicos rotineiros (glicemia, níveis de triglicérides e de colesterol, tolerância à glicose e a insulina). Os animais foram eutanasiados para realização dos protocolos utilizando preparações isoladas (artéria aorta), coração isolado. Ainda, foi analisado expressão gênica do peptídeo atrial natriurético e do peptídeo natriurético cerebral, expressão proteica de cicloxigenases 1 e 2 foram determinados os níveis de ácido graxos não esterificados (NEFA) e leptina. Nossos resultados mostraram que a DH, mesmo com baixo teor de carboidratos, é obesogênica causando intolerância à glicose, resistência à insulina (RI) e piora do quadro de hipertensão arterial e suas consequências. O tratamento precoce com enalapril preveniu o desenvolvimento da obesidade e o aumento dos níveis de leptina, atenuou a pressão arterial sistólica (em cerca de 40 mmHg) e a hipertrofia cardíaca, que foi confirmada pela redução do peptídeo atrial natriurético e peptídeo atrial cerebral. Ademais, melhorou a pressão sistólica do ventrículo esquerdo (PSVE) e da dp/dT máxima em resposta a concentrações crescentes de Isoproterenol (10⁻¹² a 10⁻⁴ M), indicando uma melhora no desempenho cardíaco. Houve uma melhora no quadro de disfunção vascular, caraterística de SHRs. Tomados juntos, os resultados deste estudo sugerem que a utilização do enalapril desde a fase pré-hipertensiva, em SHRs, é capaz de prevenir a programação de grande parte dos efeitos deletérios causados pela hipertensão arterial, mesmo quando associada à obesidade. |
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