Purificação, caracterização e aplicação biotecnológica de proteína de folha de Indigofera suffruticosa

Indigofera suffruticosa é uma leguminosa encontrada na região do Agreste Pernambucano, sendo utilizada popularmente como antiespasmódico, diurético e sedativo. O objetivo deste estudo foi isolar, caracterizar estruturalmente e avaliar as aplicações biotecnológicas de uma proteína de folhas de I. suf...

Full description

Main Author: NASCIMENTO, Weber Melo
Other Authors: LIMA, Vera Lúcia de Menezes
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34578
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Summary: Indigofera suffruticosa é uma leguminosa encontrada na região do Agreste Pernambucano, sendo utilizada popularmente como antiespasmódico, diurético e sedativo. O objetivo deste estudo foi isolar, caracterizar estruturalmente e avaliar as aplicações biotecnológicas de uma proteína de folhas de I. suffruticosa. A proteína foi purificada em um único passo por cromatografia de afinidade e apresentou uma massa molecular aparente de 32 KDa e pI de 7.09 e 7.94. Essa proteína apresentou maior atividade hemaglutinante específica (14,629) para eritrócitos humanos do tipo A e foi inibida por glicoproteínas e monossacarídeos, demonstrando ser uma lectina. Sua atividade hemaglutinante não foi alterada por cátions divalentes, foi estável na faixa de pH entre 6,5 a 7,0 e termoresistente. Espectroscopia de fluorescência intrínseca e extrínseca demonstrou a presença de resíduos de triptófano e tirosina expostos na superfície da molécula e regiões hidrofóbicas parcialmente internalizadas. Espectrometria de massa revelou similaridade com uma proteína de Panicum hallii. A espectroscopia de infravermelho revelou que a lectina possui um maior percentual de estruturas do tipo folhas β. Desconvolução do espectro de dicroísmo circular indicou a presença de 23% de α-hélices, 30% de folhas-β, 20% de voltas- β e 27% de estruturas desordenadas, pertercendo à classe de estrutura terciária α+β. A proteína mostrou potencial antioxidante máximo de 52 % (1mg/mL) no ensaio de redução do radical, 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH). No ensaio do sequestro do radical 2,2-azino-bis (3-etilbenzotiazolina-6 ácido sulfônico) (ABTS) a proteína apresentou porcentagem de inibição de 36,71% após 120 min., o que corresponde a um CAET de 0,698 μmol/ mg. A proteína mostrou poder redutor, indicando transferência de elétrons como o principal mecanismo antioxidante. A lectina demonstrou ação bacteriostática contra Staphylococcus aureus (CIM = 15 μg mL⁻¹) e fungistática contra Candida krusei, Candida tropicalis, Candida parapsilosis e Candida albicans com CIM de 8, 16, 32 e 64 μg mL⁻¹, respectivamente. A proteína apresentou baixa atividade hemolítica com porcentagem de hemólise variando entre 0,1% a 20,4% nas concentrações de 0,062 a 4 mg/mL. A lectina mostrou- se como agente que prolonga a via intrínseca da coagulação sanguínea. Os resultados indicam que a proteína isolada de folhas de I. suffruticosa, é uma lectina de estrutura estável, com atividade antioxidante, antimicrobiana e anticoagulante, de potencial aplicação biotecnológica.