Cefaleia aguda atribuída ao acidente vascular cerebral isquêmico: avaliação das características e fatores associados

A cefaleia atribuída ao Acidente Vascular Cerebral isquêmico é uma cefaleia secundária cuja prevalência varia entre 7,4 e 34% dos casos de Acidente Vascular Cerebral isquêmico. A despeito de sua elevada prevalência, a cefaleia atribuída ao Acidente Vascular Cerebral isquêmico é negligenciada e subdi...

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Main Author: OLIVEIRA, Felipe Araújo Andrade de
Other Authors: ROCHA FILHO, Pedro Augusto Sampaio
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34586
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spelling ir-123456789-345862019-10-26T07:14:45Z Cefaleia aguda atribuída ao acidente vascular cerebral isquêmico: avaliação das características e fatores associados OLIVEIRA, Felipe Araújo Andrade de ROCHA FILHO, Pedro Augusto Sampaio http://lattes.cnpq.br/2264615427739664 http://lattes.cnpq.br/8338928817559947 Cefaleias secundárias Cefaleias vasculares Infarto cerebral A cefaleia atribuída ao Acidente Vascular Cerebral isquêmico é uma cefaleia secundária cuja prevalência varia entre 7,4 e 34% dos casos de Acidente Vascular Cerebral isquêmico. A despeito de sua elevada prevalência, a cefaleia atribuída ao Acidente Vascular Cerebral isquêmico é negligenciada e subdiagnosticada por médicos e pacientes. Suas características clínicas e possíveis consequências não são bem estabelecidas na literatura. Pela Classificação Internacional das Cefaleias, o diagnóstico da cefaleia atribuída ao Acidente Vascular Cerebral isquêmico é determinado pela relação temporal próxima entre o início da cefaleia e o desenvolvimento de sinais e sintomas do Acidente Vascular Cerebral isquêmico ou quando a cefaleia leva ao diagnóstico do Acidente Vascular Cerebral isquêmico. Os objetivos deste estudo foram avaliar a frequência de cefaleia atribuída ao Acidente Vascular Cerebral isquêmico, as características clínicas da cefaleia atribuída ao Acidente Vascular Cerebral isquêmico e as características clínico-radiológicas do paciente ou do Acidente Vascular Cerebral isquêmico que estão associadas à ocorrência de cefaleia atribuída ao Acidente Vascular Cerebral isquêmico. Realizamos estudo observacional tipo série de casos. Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, acima de 18 anos e admitidos em até 72 horas do início dos sintomas, que foram internados com o diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral isquêmico e que realizaram ressonância magnética de encéfalo com a sequência de difusão. O diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral isquêmico foi determinado pela presença de restrição à difusão em contexto clínico compatível. Realizamos tal avaliação através de questionário semi-estruturado, escalas padronizadas (escala de Acidente Vascular Cerebral isquêmico do Instituto Nacional de Saúde) e análise da neuroimagem. Foram avaliados 154 pacientes, 41,6% eram do sexo feminino e com idade média de 68,58±13,28 anos. A mediana da escala de Acidente Vascular Cerebral isquêmico do Instituto Nacional de Saúde na admissão foi 2. As etiologias determinadas mais frequentes foram doença de pequenos vasos (27,3%) e cardioembolismo (26%). A mediana da volumetria da isquemia foi de 2 cm³. O diagnóstico de migrânea ocorreu em 25,3% da amostra e o de cefaleia tipo tensional em 9,1%. Observamos que a cefaleia atribuída ao Acidente Vascular Cerebral isquêmico apresentou frequência de 20,1%. A cefaleia teve mais frequentemente início concomitante ao déficit focal (45,2%), instalação gradual (77,4%), moderada intensidade (6, média de escala visual analógica), característica pulsátil (41,9%) e localização unilateral (58,1%) com predomínio à direita (88,9%). A duração média da dor foi de 39±44 horas. A maioria dos pacientes teve uma cefaleia de “padrão tensional” (58,1%). Houve associação entre o diagnóstico prévio de migrânea e a presença de cefaleia atribuída ao Acidente Vascular Cerebral isquêmico de “padrão migranoso”. A ocorrência da cefaleia atribuída ao Acidente Vascular Cerebral isquêmico foi significativamente mais frequente em pacientes com menos de 65 anos de idade e nos pacientes com cefaleia tipo tensional prévia (regressão logística). A cefaleia atribuída ao Acidente Vascular Cerebral isquêmico é frequente, tem padrão mais habitual semelhante à da cefaleia tipo tensional e está associada à idade e a cefaleia tipo tensional prévia. Headache attributed to an ischemic stroke is a secondary headache with a prevalence that varies between 7.4% and 34% of cases involving ischemic strokes. Despite presenting a high prevalence, headache attributed to ischemic stroke is often neglected and underdiagnosed by both physicians and patients. There is a lack of information in the literature regarding its clinical characteristics and possible consequences. The diagnosis of headache attributed to ischemic stroke is determined by the close temporal relationship between the onset of headache and the development of signs and symptoms of ischemic stroke or when headache leads to the diagnosis of ischemic stroke. The aims of the present study were to assess the frequency of headache attributed to ischemic stroke, the clinical characteristics of the headache attributed to ischemic stroke and the clinical-radiological characteristics of the patient or of the ischemic stroke, which are associated with the occurrence of headache attributed to ischemic stroke. We performed an observational study of a case series. Patients of both sexes, aged 18 years and over and admitted within 72 hours of the onset of symptoms, were hospitalized with a diagnosis of ischemic stroke, and underwent a diffusion-weighted magnetic resonance of the brain. The diagnosis of ischemic stroke was determined by the presence of restricted-diffusion patterns in a compatible clinical context. This evaluation was undertaken through a semi-structured questionnaire, standardized scales (the National Institutes of Health Stroke Scale) and neuroimaging analysis. A total of 154 patients were included, 41.6% were female and the mean age were 68.58±13.28 years. The median of the National Institutes of Health Stroke Scale at admission was 2. The most frequent determined etiologies were small vessel disease (27.3%) and cardioembolic stroke (26%). The median of the infarct volumetry were 2 cm³. The prior diagnostic of migraine occurred in 25.3% and of tension type headache in 9.3%. We observed that headache attributed to ischemic stroke presented a frequency of 20.1%. The onset of headache was more frequent with focal neurologic deficit (45.2%), gradual development (77.4%), of moderate intensity (6, mean visual analogue scale), a pulsating nature (41.9%) and with a unilateral location (58.1%) with a higher incidence of pain in the right location in those patients (88.9%). The mean duration of pain was 39±44 hours. The majority of patients presented with a tension type headache (58.1%). There were association between the previous diagnosis of migraine and the occurrence of a “migranous headache” during the acute ischemic stroke. The occurrence of headache attributed to ischemic stroke was significantly more frequent in patients aged 65 years and under and in those with previous tension type headache (logistic regression). Headache attributed to ischemic stroke is frequent, with a more habitual pattern similar to tension type headache and is associated with age and a previous history of tension type headache. 2019-10-14T19:32:40Z 2019-10-14T19:32:40Z 2019-02-11 masterThesis https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34586 por embargoedAccess Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ application/pdf Universidade Federal de Pernambuco UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
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