“Cata o recado, mona” : condicionantes políticos, econômicos e culturais no processo transexualizador no SUS : a experiência do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco

Os espaços de cuidado para Travestis e Transexuais no âmbito da saúde são recentes na história nacional, sendo frutos de uma luta incansável travada por esses sujeitos ao longo de anos. Foi somente na segunda metade na década de 2000 que a discussão sobre a atenção específica para pessoas trans no S...

Full description

Main Author: SILVA, Henrique da Costa
Other Authors: COSTA, Mônica Rodrigues
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35228
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Summary: Os espaços de cuidado para Travestis e Transexuais no âmbito da saúde são recentes na história nacional, sendo frutos de uma luta incansável travada por esses sujeitos ao longo de anos. Foi somente na segunda metade na década de 2000 que a discussão sobre a atenção específica para pessoas trans no SUS ganhou expressividade. Fato incontestável de avanço, já que representa o reconhecimento, por parte do Estado, da necessidade de um cuidado específico voltado a essa população. Entretanto, tem pesado sobre esses serviços a lógica da precarização e subfinanciamento, desencadeando na superlotação e difícil capilaridade. Apesar do sucateamento ser algo que permeia a existência dos 5 serviços que existem no Brasil atualmente com essa proposta, há particularidades que tem imprimido relações e condições diferenciadas para os espaços dessa natureza. No Recife, o espaço de Acolhimento e Cuidado para Pessoas Trans, tem se destacado pela lógica despatogolizante e investimento no cuidado integral para travestis e transexuais. Todavia, na mesma medida tem se vivido de a precarização, que tem imposto limites no cuidado integral e humanizado. Na busca por ensaiar respostas que denotem essa situação, a presente pesquisa se propõe a explorar os aspectos econômicos, políticos e culturais que tem incidido na estruturação e funcionamento do Processo Transexualizador no SUS deste local. Para isso, foram realizadas: i) entrevistas com duas profissionais que atuam no serviço; ii) revisão bibliográfica de outras produções que dialogavam com essa proposta; iii) observação direta de campo e; iv) revisão documental das Portarias que regulamentam o Processo Transexualizador no SUS; tendo como horizonte teórico a teoria social crítica e a pós-colonialidade. Como resultado dessa investida, percebeu-se que a composição atual desse serviço é marcada por condições de diversas ordens, sendo necessário analisá-lo em toda a sua complexidade.