Avaliação da mobilidade das cadeias musculares da coluna cervical e do tronco de mulheres com migrânea

A migrânea é uma cefaleia primária, comum e incapacitante que afeta aproximadamente 15% da população mundial. Embora sua fisiopatologia ainda não esteja bem elucidada quanto à relação com os distúrbios musculoesqueléticos, têm sido verificadas alterações osteomusculares na coluna cervical destes pac...

Full description

Main Author: COUTINHO NETA, Tamara Cavalcanti de Morais
Other Authors: OLIVEIRA, Daniella Araújo de
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35579
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Summary: A migrânea é uma cefaleia primária, comum e incapacitante que afeta aproximadamente 15% da população mundial. Embora sua fisiopatologia ainda não esteja bem elucidada quanto à relação com os distúrbios musculoesqueléticos, têm sido verificadas alterações osteomusculares na coluna cervical destes pacientes. Estas alterações somadas com a experiência prolongada com a dor, a presença de cinesiofobia e a transmissão de tensões na ponte miodural, que é uma conexão miofascial entre músculos subocciptais e a meninge, podem contribuir para o surgimento de alterações musculares em regiões distais ao local da dor, por meio de circuitos anatômicos denominados de cadeias musculares. Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo comparar a mobilidade das cadeias musculares da cervical e do tronco de mulheres com migrânea, migrânea crônica e mulheres saudáveis. Trata-se de um estudo descritivo analítico com abordagem transversal. Foram avaliadas 87 mulheres com idade entre 18 a 60 anos, divididas em três grupos: migrânea (n=24), migrânea crônica (n=36) e controle saudável (n=27). Os testes das cadeias musculares foram guiados por uma fisioterapeuta através da realização de movimentos passivos até evidenciar uma resistência nítida ao movimento. Neste momento, a amplitude de movimento da coluna cervical foi mensurada pelo goniômetro cervical CROM® e para as cadeias do tronco a amplitude de movimento foi quantificada por um inclinômetro Tilt meter®. Foram realizadas duas repetições dos movimentos de flexão e extensão em cada segmento e a média foi utilizada para análise dos dados. As comparações intergrupo da amplitude de movimento da cervical e do tronco foram realizadas com o teste Anova e pós-teste de Tukey. O test t Student foi utilizado para analisar a frequência de cefaleia e o escore do questionário MIDAS entre os grupos de migrânea. Houve diferença quanto às médias do movimento de flexão cervical (F=15,30, p<0.01), com média de 22º (18; 27) para o grupo migrânea crônica, 25°(21; 28) para o grupo migrânea e 37°(32; 42) para o controle. Quanto ao movimento de flexão do tronco também foi verificado diferença estatística (F=9,1, p<0,01), sendo a média de 7°(5;9), 8°(5;12), 17° (11;23) para os grupos migrânea, migrânea crônica e controle, respectivamente. Também houve diferença ao comparar as médias de movimento extensão do tronco (p=0,007), com médias de 14° (12; 16), 15° (12; 17), e 21(16; 25)° para os grupos migrânea, migrânea crônica e controle, respectivamente. Não houve diferença estatística ao comparar os grupos no movimento de extensão cervical (p= 0,24). Desta forma, foi verificado que a mobilidade da cadeia de extensão da cervical e do tronco e a cadeia de flexão do tronco mostraram-se reduzidas em mulheres com migrânea ou migrânea crônica em relação aos controles.