Plantas medicinais utilizadas popularmente no tratamento de erisipela : avaliação das atividades antibacteriana e cicatrizante
Erisipela é uma infecção que envolve as camadas mais superficiais da pele, causada principalmente por bactérias Gram-positivas como: Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus. O tratamento acontece de forma geral, através do uso de penicilinas, entretanto o uso indiscriminado de antibióticos te...
Main Author: | SILVA, Ivanise Brito da |
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Other Authors: | RANDAU, Karina Perrelli |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35712 |
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Summary: |
Erisipela é uma infecção que envolve as camadas mais superficiais da pele, causada principalmente por bactérias Gram-positivas como: Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus. O tratamento acontece de forma geral, através do uso de penicilinas, entretanto o uso indiscriminado de antibióticos tem provocado resistência dos microrganismos. Esse trabalho objetivou identificar o perfil do paciente portador de erisipela do Distrito Sanitário IV da cidade do Recife e investigar o uso de plantas medicinais entre esses pacientes para tratamento de erisipela. Foram aplicados dois questionários com intuito de verificar o perfil e uso de plantas medicinais e analisar o impacto da doença na qualidade de vida. Além disso, foram realizadas atividades biológicas in vitro, investigando atividades antimicrobiana, antibiofilme e cicatrizante de extratos aquosos das espécies vegetais identificadas. 58 pacientes participaram da pesquisa, dos quais, 44 eram mulheres e 14 homens, com média de idade de 54 anos, 26 entrevistados apresentava ensino médio completo, com renda familiar de até 2 salários mínimos. Quanto ao local de acompanhamento da doença foi possível obeservar que 25 pacientes são tratados no hospital, 18 em postos de saúde, 13 em ambulatórios e 2 em casa. 6 pacientes afirmaram ter se internado em decorrência da doença e 27 pessoas relataram apresentar recidivas, registrando pelo menos 3 crises da doença ao longo da vida. É comum o uso de plantas medicinais entre os pacientes, sendo a aplicação tópica a forma mais frequente do uso. 22 pacientes afirmaram utilizar plantas medicinais para tratamento, contudo somente 2 conhecem os efeitos tóxicos das especies que utilizam. Quanto ao impacto da doença na qualidade de vida, para 20 pessoas a doença interfere moderadamente, para 16 pacientes apresenta efeito grave, 13 efeito leve, para 4 pessoas a doença não apresenta efeito e para 2 a apresenta efeito extremamente grave, sendo aspectos como prurido, dor e sensibilidade da pele os fatores responsáveis por causar maior incômodo. As plantas Aloe vera (babosa); Artocarpus altilis (fruta-pão); Brassica oleracea (repolho); Cucurbita pepo (abóbora); Daucus carota (cenoura); Dioscorea cayennensis (inhame); Piper marginatum (caapeba); Stachytarpheta cayennensis (gervão-roxo) foram utilizadas para preparação de extratos aquosos. Os extratos de C. pepo; B. oleracea e S. cayennensis foram capazes de inibir o crescimento do biofilme de S. pyogenes. As cepas Candida tropicalis e Candida parapsilosis, foram resistentes aos extratos, entretanto as cepas Candida albicans e Candida krusei sofreram inibiçãodos extratos de: C. pepo; B. oleracea; A. altilis; A. vera e D. cayennensis. A avaliação da migração de fibroblastos in vitro demonstrou que os extratos estimulam a migração celular, entretanto não houve fechamento completo da área da ferida. O melhor resultado foi obtido pelo extrato de Piper marginatum verificado fechamento de 85 % da ferida após 24 h de exposição. São escassos os estudos relacionados a tratamento de erisipela, especialmente com relação a tratamentos alternativos. O uso de plantas medicinais entre os pacientes é uma realidade que merece ser vista com atenção, pois o emprego inadequado de plantas pode piorar as lesões, favorecer o crescimento de microrganismos e aumentar a contaminação. |
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