Cenário paleoambiental, tafonômico e paleopatológico dos mamíferos fósseis do depósito de tanque Zabelê, Capoeiras, Pernambuco, Brasil
Mamíferos pleistocênicos do depósito de tanque Zabelê em Capoeiras, Pernambuco, foram estudados com vistas à reconstituição de seu cenário paleoambiental, utilizando-se da taxonomia, paleopatologia, tafonomia, geoquímica, geocronologia e feições sedimentológicas. Os materiais estão todos depositados...
Main Author: | ANDRADE, Luana Cardoso de |
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Other Authors: | OLIVEIRA, Edison Vicente |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2020
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35904 |
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Summary: |
Mamíferos pleistocênicos do depósito de tanque Zabelê em Capoeiras, Pernambuco, foram estudados com vistas à reconstituição de seu cenário paleoambiental, utilizando-se da taxonomia, paleopatologia, tafonomia, geoquímica, geocronologia e feições sedimentológicas. Os materiais estão todos depositados na coleção de macrofósseis do Departamento de geologia da Universidade Federal de Pernambuco. Os resultados mostraram uma assembleia macrofóssil dominante, paucitáxica e monodominante (Eremotherium laurillardi), com a ocorrência também dos táxons Ocnotherium giganteum, Notiomastodon platensis, Toxodon platensis, “Pyauitherium capivarae”, Glyptotherium sp., Cerdocyon thous, Glyptotontidae e Pilosa indet., além de uma rara ocorrência de um indivíduo imaturo de Notiomastodon platensis. A doença de deposição do pirofosfato de cálcio, lesões infecciosas, trauma e avulsão do tendão foram doenças identificadas restritamente a E. laurillardi e, a lesão traumática, também foi detectada em uma espécie indeterminada de mamífero. A tanatocenose foi exposta por curto período, mas devido ao agente de transporte hidráulico, mesclou ossos já depositados com outros recém-chegados no tanque. Um transporte curto causado por fluxo de detritos (enxurrada/debris flow) (identificado com base nos atributos faciológicos de textura, estruturas sedimentares e arquitetura tabular da camada fossilífera), depositou os restos ósseos no tanque, junto com clastos de área fonte próxima. A acumulação pode ser classificada como periférica e na Configuração Tafonômica B, o que indica uma diminuição nas taxas de sedimentação, retrabalhamento e aumento da atividade biogênica fatores que resultaram na fragmentação dos espécimes in situ. As assinaturas tafonômicas, aliadas às características sedimentológicas, estratigráficas e geomorfológicas sugerem um paleoclima semiárido no Pleistoceno Final para a região do tanque Zabelê, correlacionando-se às fases secas ocorridas previamente ao último máximo glacial. A permineralização foi o processo de fossilização predominante, sem substituição, aliado à impregnação de Fe e Mn, o que resultou em padrões de cores diferenciados. A comparação com outras assembleias de tanques revelou assinaturas tafonômicas mais raras (necrófagos e pisoteio) e menor tempo de exposição esqueletal, além da influência das bordas do tanque no nível de preservação dos espécimes. |
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