Artivismos e dissidências sexuais : movimentos coletivos de (cri)ações estéticas e políticas de resistência à heteronormatividade em Recife
Este trabalho trata sobre ações e movimentações coletivas sexodissidentes compreendidas como artivistas, que insurgiram no Recife em 2018. Partindo de uma perspectiva feminista pós-estrutural em termos epistemológicos, metodológicos, éticos e políticos (HARAWAY, 1995; BUTLER, 2003; SARDENBERG, 2002)...
Main Author: | MEIRA, Isabela de França |
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Other Authors: | ADRIÃO, Karla Galvão |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2020
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36053 |
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ir-123456789-360532020-01-18T05:17:39Z Artivismos e dissidências sexuais : movimentos coletivos de (cri)ações estéticas e políticas de resistência à heteronormatividade em Recife MEIRA, Isabela de França ADRIÃO, Karla Galvão http://lattes.cnpq.br/9234342683946892 http://lattes.cnpq.br/7219863925517566 Psicologia Movimentos sociais Feminismo Sexualidade Artivismo Este trabalho trata sobre ações e movimentações coletivas sexodissidentes compreendidas como artivistas, que insurgiram no Recife em 2018. Partindo de uma perspectiva feminista pós-estrutural em termos epistemológicos, metodológicos, éticos e políticos (HARAWAY, 1995; BUTLER, 2003; SARDENBERG, 2002), teve como objetivo investigar como ações artivistas estavam sendo construídas por coletivos sexodissidentes em Recife, em resistência à heteronormatividade (FALQUET, 2012; BUTLER, 2003; WITTIG, 1980a; 1980b; PRECIADO, 2014; COLLINS, 2017). Com base no método cartográfico (DELEUZE; GUATARRI, 1995; ROLNIK, 2006), foram mapeados coletivos sexodissidentes que estavam criando artivismos, desses, cinco coletivos tiveram o foco da pesquisa para aprofundamento das análises à partir de entrevistas cartográficas semi-estruturadas (PASSOS; KASTRUP, 2013), e observação participante com produção de diário de campo (BARROS; KASTRUP, 2015), que foram: “Monstruosas”, “Distro Dysca”, “Infecciosxs”, “Ocupe Sapatão” e “Hypnos”. Também foi feito um mapeamento de ocupação do território da cidade, assim como de articulações em “rede” entre essas coletividades de Recife e com outros coletivos e territórios, as quais foram compreendidas como “redes criativas” (PHILIPPINI, 2011). À partir da análise de conteúdo (BARDIN, 1977), foi feita uma análise temática (BRAUN; CLARKE, 2006) das seguintes categorias: organização coletiva; território e articulações; e artivismos e dissidências; e foram analisados as tensões e dissensos (RANCIÈRE, 2007) presentes nessas ações artivistas coletivas que vem disputando narrativas no campo das sexopolíticas (PRECIADO, 2014; RUBIN, 2003). Foi encontrada uma forte predominância de atuação em torno de criações de espaços (eventos “nômades” de vários tipos, mas principalmente festas e festivais), criações de performances, e de um “hibridismo” das linguagens artísticas, assim como uma perspectiva subversiva e interseccional (CRENSHAW, 2002; COLLINS, 2017; PISCITELLI, 2008; NOGUEIRA, 2011; HARAWAY, 2000), visibilizando um discurso de valorização das diferenças para além das questões das dissidências sexuais e de gênero, mas dessas articuladas com marcadores de raça, classe e outros, o que possibilitou refletir sobre as (formul)ações políticas de resistências interseccionais das multidões de corpos dissidentes através dos artivismos. CAPES This work is about actions and sexo dissident collective movements understood as artivists, which insurged in Recife in 2018. Thinking from a post-structural feminist perspective in epistemological, methodological, ethical and political terms (HARAWAY, 1995; BUTLER, 2003; SARDENBERG, 2002), it had the goal to investigate how artivist actions were being constructed by sex dissidents collectives in Recife, in resistance to heteronormativity (FALQUET, 2012; BUTLER, 2003; WITTIG, 1980a; 1980b; PRECIADO, 2014; COLLINS, 2017). Based on the cartographic method (DELEUZE; GUATARRI, 1995; ROLNIK, 2006), sex dissidentes collectives who were creating artivisms were mapped, from which five of them had the research focus of deepening the analysis through semi-structured cartographic interviews (PASSOS; KASTRUP, 2013), and participant observation with field diary production (BARROS; KASTRUP, 2015), the collectives were: "Monstruosas", "Distro Dysca", "Infecciosxs", "Ocupe Sapatão" and "Hypnos". A mapping of the occupation of the city territory was also made, as well as the articulations in network, between the collectivities of Recife and other collectives and territories, which were understood as "creative networks" (PHILIPPINI, 2011). From the content analysis (BARDIN, 1977), a thematic analysis was done (BRAUN; CLARKE, 2006) from the following categories: collective organization; territory and articulations; and artivisms and dissidences; also dissensos (RANCIÈRE, 2007) and tensions were analyzed in these collective artivist actions that have been disputing narratives in the field of sexual politics (PRECIADO, 2014; RUBIN, 2003). A strong predominance of creating spaces was found ("nomadic" events of various kinds, but mainly parties and festivals), performance creations, and a "hybridism" of artistic languages, as well as a subversive and intersectional perspective (CRENSHAW, 2002; COLLINS, 2017; PISCITELLI, 2008; NOGUEIRA, 2011; HARAWAY, 2000), highlighting a discourse of valuing differences, beyond the issues of sexual and gender dissidences, but these articulated with markers of race, class, and others, which made it possible to reflect about the political formulations of intersectional resistance of the multitudes of dissident bodies through artivism. 2020-01-17T12:38:28Z 2020-01-17T12:38:28Z 2019-05-29 masterThesis MEIRA, Isabela de França. Artivismos e dissidências sexuais: movimentos coletivos de (cri)ações estéticas e políticas de resistência à heteronormatividade em Recife. 2019. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019. https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36053 por openAccess Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ application/pdf Universidade Federal de Pernambuco UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Psicologia |
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Psicologia Movimentos sociais Feminismo Sexualidade Artivismo |
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Este trabalho trata sobre ações e movimentações coletivas sexodissidentes compreendidas como artivistas, que insurgiram no Recife em 2018. Partindo de uma perspectiva feminista pós-estrutural em termos epistemológicos, metodológicos, éticos e políticos (HARAWAY, 1995; BUTLER, 2003; SARDENBERG, 2002), teve como objetivo investigar como ações artivistas estavam sendo construídas por coletivos sexodissidentes em Recife, em resistência à heteronormatividade (FALQUET, 2012; BUTLER, 2003; WITTIG, 1980a; 1980b; PRECIADO, 2014; COLLINS, 2017). Com base no método cartográfico (DELEUZE; GUATARRI, 1995; ROLNIK, 2006), foram mapeados coletivos sexodissidentes que estavam criando artivismos, desses, cinco coletivos tiveram o foco da pesquisa para aprofundamento das análises à partir de entrevistas cartográficas semi-estruturadas (PASSOS; KASTRUP, 2013), e observação participante com produção de diário de campo (BARROS; KASTRUP, 2015), que foram: “Monstruosas”, “Distro Dysca”, “Infecciosxs”, “Ocupe Sapatão” e “Hypnos”. Também foi feito um mapeamento de ocupação do território da cidade, assim como de articulações em “rede” entre essas coletividades de Recife e com outros coletivos e territórios, as quais foram compreendidas como “redes criativas” (PHILIPPINI, 2011). À partir da análise de conteúdo (BARDIN, 1977), foi feita uma análise temática (BRAUN; CLARKE, 2006) das seguintes categorias: organização coletiva; território e articulações; e artivismos e dissidências; e foram analisados as tensões e dissensos (RANCIÈRE, 2007) presentes nessas ações artivistas coletivas que vem disputando narrativas no campo das sexopolíticas (PRECIADO, 2014; RUBIN, 2003). Foi encontrada uma forte predominância de atuação em torno de criações de espaços (eventos “nômades” de vários tipos, mas principalmente festas e festivais), criações de performances, e de um “hibridismo” das linguagens artísticas, assim como uma perspectiva subversiva e interseccional (CRENSHAW, 2002; COLLINS, 2017; PISCITELLI, 2008; NOGUEIRA, 2011; HARAWAY, 2000), visibilizando um discurso de valorização das diferenças para além das questões das dissidências sexuais e de gênero, mas dessas articuladas com marcadores de raça, classe e outros, o que possibilitou refletir sobre as (formul)ações políticas de resistências interseccionais das multidões de corpos dissidentes através dos artivismos. |
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