Eficácia do uso de jogos baseados em realidade virtual para melhorar o desempenho de habilidades motoras, desfechos clínicos e funcionais de crianças com perda auditiva sensórioneural : um ensaio clínico randomizado e controlado

Instabilidades no controle postural e os distúrbios no equilíbrio e na marcha têm sido, frequentemente, relatados em crianças com perda auditiva sensórioneural (PAS), em virtude, das disfunções vestibulares que estas crianças estão propensas a apresentar, devido à lesão na orelha interna. Entretanto...

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Main Author: MELO, Renato de Souza
Other Authors: BELIAN, Rosalie Barreto
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2020
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36057
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Summary: Instabilidades no controle postural e os distúrbios no equilíbrio e na marcha têm sido, frequentemente, relatados em crianças com perda auditiva sensórioneural (PAS), em virtude, das disfunções vestibulares que estas crianças estão propensas a apresentar, devido à lesão na orelha interna. Entretanto, investigações cujo o objetivo foi melhorar estas habilidades motoras nas crianças com PAS são escassas na literatura, ou apresentam baixa qualidade metodológica, segundo algumas revisões sistemáticas publicadas sobre o tema. Assim, o objetivo desse estudo foi observar a eficácia do uso de jogos baseados em realidade virtual para melhorar habilidades motoras, desfechos clínicos e funcionais de crianças com PAS, de ambos os sexos, com faixa etária entre 7-11 anos, comparados a um programa de exercícios terapêuticos de reabilitação vestibular. Trata-se de um ensaio clínico, randomizado e controlado, desenvolvido em escolas da rede estadual de ensino, ou em redes de apoio à saúde das crianças com PAS, no município de Caruaru-PE. O estudo envolveu 30 crianças, que foram randomizadas e alocadas para dois grupos, um deles utilizou jogos baseados em realidade virtual como intervenção, denominado de grupo intervenção: (GI: n= 15), o outro grupo praticou exercícios terapêuticos de reabilitação vestibular: o grupo controle: (GC: n= 15). Foram consideradas neste estudo como habilidades motoras: o controle postural, o equilíbrio estático e as habilidades motoras relacionadas ao equilíbrio. Como desfechos funcionais tivemos a marcha e a incapacidade funcional e como os desfechos clínicos a frequência das quedas e a satisfação. O controle postural e o equilíbrio estático foram mensurados por análise estabilométrica, utilizando uma plataforma de força. As habilidades motoras relacionadas ao equilíbrio foram analisadas pela Escala de Equilíbrio Pediátrico, a velocidade da marcha pelo teste Timed Up and Go e o Índice de Marcha Dinâmica (DGI) foi utilizado para observar as tarefas funcionais relacionadas à marcha. A incapacidade funcional foi mensurada pelo Inventário de Avaliação da Incapacidade Pediátrica, a frequência das quedas e satisfação com a intervenção pelos relatos das mães e da criança inseridas na ficha de avaliação deste estudo. Após as intervenções as crianças de ambos os grupos apresentaram melhor controle postural, porém aquelas do GC apresentaram maior redução das oscilações do centro de pressão (COP): Antero-posterior (AP): (p= 0.001) e médio-lateral (ML): (p= 0.010); o mesmo ocorreu com o equilíbrio estático: (p= 0.001), e as crianças do GC apresentaram menor área de deslocamento do COP. As crianças do GC demonstraram ainda, melhor desempenho nas tarefas funcionais relacionadas à marcha: DGI: (p= 0.011) e melhor capacidade funcional: (p= 0.019), comparadas ao GI. O uso dos jogos baseados em realidade virtual apresentou efeito clínico positivo sobre os desfechos analisados nas crianças com PAS, entretanto, os exercícios terapêuticos de reabilitação vestibular demonstraram um efeito ainda maior para melhorar as habilidades motoras e desfechos funcionais das crianças com PAS. Esse aprimoramento motor observado nas crianças do GC após a intervenção com os exercícios terapêuticos de reabilitação vestibular, repercutiu, principalmente, sobre o controle postural, equilíbrio estático, nas tarefas funcionais relacionadas à marcha e na capacidade funcional das crianças do presente estudo.