Insegurança alimentar e nutricional de adultos em um município do sertão Pernambucano: uma associação com fatores relacionados ao estilo de vida
Pesquisas e estudos sobre o perfil nutricional brasileiro não têm particularizado a problemática da Insegurança Alimentar e Nutricional (InSAN) e do estilo de vida em regiões como o sertão, considerada crítica do ponto de vista sociodemográfico, com especificidades que podem associar-se diretamen...
Main Author: | SILVA, Raíssa Andrade de Araújo |
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Other Authors: | LEAL, Vanessa Sá |
Format: | bachelorThesis |
Language: | por |
Published: |
2020
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36329 |
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ir-123456789-363292020-02-06T05:13:32Z Insegurança alimentar e nutricional de adultos em um município do sertão Pernambucano: uma associação com fatores relacionados ao estilo de vida SILVA, Raíssa Andrade de Araújo LEAL, Vanessa Sá http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4537435H4 Nutrição Segurança Alimentar Epidemiologia ::Ciências da Saúde Pesquisas e estudos sobre o perfil nutricional brasileiro não têm particularizado a problemática da Insegurança Alimentar e Nutricional (InSAN) e do estilo de vida em regiões como o sertão, considerada crítica do ponto de vista sociodemográfico, com especificidades que podem associar-se diretamente ao estado de saúde e nutrição de sua população. Desta forma, o presente trabalho objetiva avaliar a Insegurança Alimentar e Nutricional de adultos do município de Serra Talhada, sertão de Pernambuco, assim como verificar a associação com fatores relacionados ao estilo de vida. Para a classificação da situação de Insegurança Alimentar e Nutricional dos indivíduos, foi aplicada a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar e Nutricional (EBIA). Os dados sociodemográficos analisados incluem: idade, sexo, cor de pele, área de moradia, escolaridade, fonte de abastecimento de água, tratamento de água para beber, destino dos dejetos, destino do lixo, renda e recebimento do Programa Bolsa Família. As variáveis de estilo de vida englobam: consumo de álcool, consumo de tabaco, substituição de refeições (almoço e janta) por lanche, leitura de ingredientes e de valor nutricional contidos nos rótulos dos alimentos, prática de atividade física (hábito de frequentar a Academia da Saúde). Ainda, a avaliação antropométrica foi realizada a partir do Índice de Massa Corporal (IMC) e da Circunferência da Cintura (CC). Para associação da variável dependente (Insegurança Alimentar e Nutricional) com as variáveis de exposição, foi utilizado o teste do qui-quadrado com correção de Yates. Dentre os 219 adultos participantes, 71,9% encontrava-se em InSAN, 61,6% apresentava idade maior que 30 anos, 53,0% era do sexo feminino, 73,1% autodeclarava-se de cor de pele negra/parda, 67,6% residia na zona urbana, e 57,1% era beneficiário do Programa Bolsa Família (PBF). Quanto ao saneamento básico, 67,1% recebia água da rede geral de abastecimento, 43,8% bebia água sem tratamento, 29,7% tinha o lixo queimado ou descartado em terreno baldio. Cerca de 58,0% não completou o ensino fundamental e 39,5% contava com uma renda mensal inferior a um salário mínimo. Referente ao estilo de vida, 23,8% ingeria álcool e 17,1% fumava. Quanto ao hábito de trocar refeições por lanches, 27,5% realizava a troca no jantar. Ainda, 75,2% não realizava a leitura dos ingredientes do rótulo e 81,0% não observava o valor nutricional. Cerca de 62,6% apresentava excesso de peso, enquanto 35,0% dos homens e 81,3% das mulheres possuíam risco cardiovascular. Quanto à prática de atividade física, cerca de 27,6% dos adultos frequentava a Academia da Saúde. As variaveis com associação estatisticamente significante foram: idade inferior a 30 anos (p=0,018); a cor da pele negra ou parda (p=0,029); nível de escolaridade menor que o ensino fundamental completo (p=0,009); e a renda familiar inferior a um salário mínimo mensal (p=0,001). Os resultados indicam a necessidade de implementar ações, programas e políticas públicas que favoreçam a melhoria desses indicadores, principalmente para a população sertaneja, devido ao seu contexto histórico e social. Research and studies on the Brazilian nutritional profile have not particularized the issue of Food and Nutrition Insecurity (InSAN) and lifestyle in regions such as the hinterland, considered critical from the sociodemographic point of view, with specificities that can be directly associated with the state, health and nutrition of its population. Thus, the present study aims to evaluate the Food and Nutrition Insecurity of adults in the municipality of Serra Talhada, Pernambuco outback, as well as to verify the association with factors related to lifestyle. To classify the situation of food and nutrition insecurity of individuals, the Brazilian Food and Nutrition Insecurity Scale (EBIA) was applied. Sociodemographic data analyzed include: age, gender, skin color, area of residence, education, water supply, drinking water treatment, waste disposal, waste disposal, income and receipt of the Bolsa Família Program. Lifestyle variables include: alcohol consumption, tobacco consumption, meal replacement (lunch and dinner), snack, reading of ingredients and nutritional value contained in food labels, physical activity practice (going to the Academia da Saúde). Still, the anthropometric evaluation was performed from the Body Mass Index (BMI) and Waist Circumference (WC). To associate the dependent variable (Food and Nutrition Insecurity) with the exposure variables, the chi-square test with Yates correction was used. Of the 219 participating adults, 71.9% were in InSAN, 61.6% were older than 30 years, 53.0% were female, 73.1% self-reported as black / brown , 67.6% lived in the urban area, and 57.1% were beneficiaries of the Programa Bolsa Família (PBF). As for basic sanitation, 67.1% received water from the general supply network, 43.8% drank untreated water, 29.7% had the waste burned or discarded on vacant land. About 58.0% did not complete elementary school and 39.5% had a monthly income of less than one minimum wage. Regarding lifestyle, 23.8% drank alcohol and 17.1% smoked. Regarding the habit of exchanging meals for snacks, 27.5% performed the change at dinner. Still, 75.2% did not read the label ingredients and 81.0% did not observe the nutritional value. About 62.6% were overweight, while 35.0% of men and 81.3% of women had cardiovascular risk. As for the practice of physical activity, about 27.6% of adults attended the Academia da Saúde. The variables with statistically significant association were: age below 30 years (p = 0.018); the color of black or brown skin (p = 0.029); educational level lower than complete elementary school (p = 0.009); and family income below one minimum monthly wage (p = 0.001). The results indicate the need to implement actions, programs and public policies that favor the improvement of these indicators, especially for the rural population, due to their historical and social context. 2020-02-05T17:25:58Z 2020-02-05T17:25:58Z 2019-12-02 2020-02-05 bachelorThesis SILVA, R. A. A. https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36329 por openAccess Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ 59 p. application/pdf |
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regiões como o sertão, considerada crítica do ponto de vista sociodemográfico, com
especificidades que podem associar-se diretamente ao estado de saúde e nutrição de
sua população. Desta forma, o presente trabalho objetiva avaliar a Insegurança
Alimentar e Nutricional de adultos do município de Serra Talhada, sertão de
Pernambuco, assim como verificar a associação com fatores relacionados ao estilo
de vida. Para a classificação da situação de Insegurança Alimentar e Nutricional dos
indivíduos, foi aplicada a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar e Nutricional
(EBIA). Os dados sociodemográficos analisados incluem: idade, sexo, cor de pele,
área de moradia, escolaridade, fonte de abastecimento de água, tratamento de água
para beber, destino dos dejetos, destino do lixo, renda e recebimento do Programa
Bolsa Família. As variáveis de estilo de vida englobam: consumo de álcool, consumo
de tabaco, substituição de refeições (almoço e janta) por lanche, leitura de
ingredientes e de valor nutricional contidos nos rótulos dos alimentos, prática de
atividade física (hábito de frequentar a Academia da Saúde). Ainda, a avaliação
antropométrica foi realizada a partir do Índice de Massa Corporal (IMC) e da
Circunferência da Cintura (CC). Para associação da variável dependente
(Insegurança Alimentar e Nutricional) com as variáveis de exposição, foi utilizado o
teste do qui-quadrado com correção de Yates. Dentre os 219 adultos participantes,
71,9% encontrava-se em InSAN, 61,6% apresentava idade maior que 30 anos, 53,0%
era do sexo feminino, 73,1% autodeclarava-se de cor de pele negra/parda, 67,6%
residia na zona urbana, e 57,1% era beneficiário do Programa Bolsa Família (PBF).
Quanto ao saneamento básico, 67,1% recebia água da rede geral de abastecimento,
43,8% bebia água sem tratamento, 29,7% tinha o lixo queimado ou descartado em
terreno baldio. Cerca de 58,0% não completou o ensino fundamental e 39,5% contava
com uma renda mensal inferior a um salário mínimo. Referente ao estilo de vida,
23,8% ingeria álcool e 17,1% fumava. Quanto ao hábito de trocar refeições por
lanches, 27,5% realizava a troca no jantar. Ainda, 75,2% não realizava a leitura dos
ingredientes do rótulo e 81,0% não observava o valor nutricional. Cerca de 62,6%
apresentava excesso de peso, enquanto 35,0% dos homens e 81,3% das mulheres
possuíam risco cardiovascular. Quanto à prática de atividade física, cerca de 27,6%
dos adultos frequentava a Academia da Saúde.
As variaveis com associação estatisticamente significante foram: idade inferior a 30
anos (p=0,018); a cor da pele negra ou parda (p=0,029); nível de escolaridade menor
que o ensino fundamental completo (p=0,009); e a renda familiar inferior a um salário
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