Análise das pressões dos balonetes dos tubos endotraqueais de pacientes submetidos a cirurgias no centro cirúrgico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco : estudo prospectivo observacional

O controle inadequado da pressão dos balonetes dos tubos traqueais pode resultar em complicações imediatas ou tardias, como broncoaspiração ou lesões traqueais, que podem demandar complexas intervenções médicas para corrigi-las e consequente aumento de morbidade e mortalidade. A técnica objetiva com...

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Main Author: DUARTE, Nádia Maria da Conceição
Other Authors: FIGUEIREDO, José Luiz de
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2020
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36905
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Summary: O controle inadequado da pressão dos balonetes dos tubos traqueais pode resultar em complicações imediatas ou tardias, como broncoaspiração ou lesões traqueais, que podem demandar complexas intervenções médicas para corrigi-las e consequente aumento de morbidade e mortalidade. A técnica objetiva com uso de manômetro é a mais recomendada para manutenção de valores seguros de pressão (20–30 cmH₂O). Mas como este instrumento não é largamente disponível nas salas cirúrgicas, os profissionais de saúde, entre eles anestesiologistas, recorrem a técnicas subjetivas. O objetivo deste estudo foi avaliar a adequação da técnica subjetiva para obtenção das pressões dos balonetes, o conhecimento sobre os limites de pressão recomendados para os balonetes dos tubos traqueais e a experiência profissional com uso do manômetro entre médicos especialistas e residentes de anestesiologia de um mesmo hospital universitário. Este foi um estudo observacional prospectivo, realizado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, entre os meses de março e novembro de 2016, com participantes que realizaram intubação traqueal e técnica subjetiva de insuflação dos balonetes com seringa, seguida de palpação digital. Pacientes com via aérea difícil, anormalidades anatômicas de laringe e traqueia, risco de broncoaspiração e os casos de emergência não foram incluídos. Até 60 minutos após a intubação, um investigador registrava a pressão do balonete utilizando um manômetro analógico (AMBU®) conectado ao balão guia do tubo. Os dados de 47 anestesiologistas foram avaliados no estudo — 24 residentes e 23 especialistas. As pressões média (DP) e mediana (IQR) encontradas em cmH₂O foram, respectivamente, 52,5 (27,1) e 50 (30–70), com valores mínimo e máximo de 12 e 120. Da amostra, 83% dos balonetes encontravam-se fora da faixa adequada de pressão, sem diferença entre especialistas e residentes. Correção da pressão foi realizada em 76,6% dos casos. O conhecimento sobre as diretrizes para estabelecimento de pressões adequadas neste procedimento e o nível de experiência com a técnica objetiva também foram semelhantes entre os grupos. Concluímos que o manuseio de balonete de tubo traqueal com técnica subjetiva de insuflação com seringa e palpação digital não é eficiente para garantir os níveis pressóricos recomendados, resultando em alta prevalência de pressões inadequadas, sem diferença no desempenho entre especialistas e residentes. O nível de conhecimento desses profissionais sobre os limites mínimos e máximos de pressão recomendados para os balonetes é igualmente baixo, assim como a experiência no uso de dispositivos para realização de técnicas objetivas.