Efeito da infecção esquistossomótica materna : expressão das histonas desacetilases em descendentes adultos e análise proteômica do leite
A gestação e a amamentação em mães esquistossomóticas pode alterar a resposta imune da prole a longo prazo. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a expressão de HDACs, produção de citocinas por linfócitos T e B e macrófagos e frequência de células CD4+CD25+FoxP3+ de descendentes adultos nascido...
Main Author: | HOLANDA, Gabriela Calixto Ribeiro de |
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Other Authors: | LIMA FILHO, José Luiz de |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2020
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37634 |
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Summary: |
A gestação e a amamentação em mães esquistossomóticas pode alterar a resposta imune da prole a longo prazo. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a expressão de HDACs, produção de citocinas por linfócitos T e B e macrófagos e frequência de células CD4+CD25+FoxP3+ de descendentes adultos nascidos e/ou amamentados por mães esquistossomóticas, além de avaliar as proteínas do soro do leite de camundongos infectadas pelo Schistosoma mansoni. Para isto, fêmeas Swiss webster foram submetidas a infecção com S. mansoni (20 cercárias), sincronização do estro e acasalamento. Logo após nascimento, a amamentação adotiva foi realizada em que descendentes de mães infectadas mamaram nas mães não infectadas (MI) e filhotes de mães não infectadas foram amamentados pelas mães infectadas (AI). Um grupo de animais nascidos de mães esquistossomóticas permaneceu amamentando nas próprias mães (MIAI). Para grupo Controle, utilizou-se animais nascidos e amamentados em mães não infectadas. Os leites das mães infectadas (LMI) e não infectadas (LMNI) foram coletados entre o 10º e 12º dias de amamentação e a gordura e caseína foi removida. Foi realizada nanoUPLC-MSE para caracterizar as proteínas dos leites LMI e LMNI. Os descendentes (sete semanas de idade) tiveram seus esplenócitos cultivados com/sem Concanavalina A (5 μg/mL). Após 24h, parte das células foi utilizada na qPCR e a outra parte foi utilizada para imunofenotipagem, com anticorpos monoclonais ligados a fluorocromo para a avaliação de CD4+IL-4+, CD4+IL-10+, CD4+IL-2+, CD4+IFN-γ+, CD45R/B220+IL-10+, CD14+IL-10+, CD4+CD25+FoxP3+. Comparado ao Controle, o grupo MI apresentou aumento da expressão de HDAC9 e frequência de células CD4+IL-10+. O grupo AI teve um aumento da expressão de HDAC1, HDAC2, HDAC6, HDAC7, HDAC10, Sirt2, Sirt5, Sirt6 e Sirt7 enquanto o grupo MIAI apresentou um aumento apenas de HDAC10. Os grupos AI e MIAI apresentaram frequências diminuídas de células CD4+IL-4+ e CD4+CD25+FoxP3+, seguidas de uma maior frequência de células CD14+IL-10+ e CD45R/B220+IL-10+. O grupo MIAI também apresentou alta frequência de células CD4+IL-10+. A análise proteômica do leite identificou 29 proteínas diferencialmente expressas, das quais 15 foram encontradas apenas no LMI, 4 encontravam-se reguladas negativamente e 10 proteínas encontradas apenas no LMNI. As análises de ontologia gênica, enriquecimento de vias e interação proteína-proteína indicaram proteínas diferencialmente expressas ligadas a vias e processos biológicos, tais como: processos metabólicos e glicolíticos da frutose 1,6-bifosfato, metabolismo da glicose e degranulação de neutrófilos. As proteínas reguladas negativamente encontram-se envolvidas na regulação positiva da ativação das células B e via de sinalização do receptor, resposta imune inata, ativação do complemento e fagocitose. A amamentação induziu a expressão de HDACs de diferentes classes, envolvidas na redução da resposta inflamatória, enquanto a gestação levou a alta expressão de uma única HDAC. A amamentação e gestação parecem favorecer diferentes vias IL-10-dependentes, mas não células com fenótipo regulatório. Além disso, a proteômica do leite revelou um perfil proteico que pode estar envolvido na ativação/regulação do sistema imune da prole, conferindo um caráter protetor devido ao contato prévio com o leite de mães infectadas. |
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