Caracterização bioestratigráfica e paleoecológica da seção do Campaniano ao Daniano da Bacia Paraíba, Nordeste do Brasil, com base em foraminíferos

Este trabalho apresenta uma caracterização bioestratigráfica e paleoecológica com base em foraminíferos do intervalo Campaniano-Daniano da seção dos poços Olinda e Poty, da Bacia Paraíba, Estado de Pernambuco, Brasil. Foram identificados um total de 153 espécies de foraminíferos bentônicos e planctô...

Full description

Main Author: MELO, Robbyson Mendes
Other Authors: SILVA, Sonia Maria Oliveira Agostinho da
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2020
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37785
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Summary: Este trabalho apresenta uma caracterização bioestratigráfica e paleoecológica com base em foraminíferos do intervalo Campaniano-Daniano da seção dos poços Olinda e Poty, da Bacia Paraíba, Estado de Pernambuco, Brasil. Foram identificados um total de 153 espécies de foraminíferos bentônicos e planctônicos, dentre os quais, dez consistem em possíveis novos táxons. A associação de foraminíferos possibilitou o reconhecimento de oito biozonas. Para a seção do Campaniano (C) é proposta a zona de associação de foraminíferos bentônicos Alabamina dorsoplana/Epistomina supracretacea, e reconhecido as zonas de foraminíferos planctônicos: CF8 e CF7. A seção do Maastrichtiano (M) foi subdividida nas biozonas CF7, CF4/CF5, CF2/CF3, CF1, e uma associação abundante e diversificada de foraminíferos planctônicos, representados por formas bisseriadas, trocoespiraladas globosas e carenadas. A seção daniana, com base em uma associação fóssil pouco diversa e abundante, a Zona Pα(Parvularugoglobigerina eugubina) foi identificada. A transição C/M, em ambos os poços, é caracterizada pela primeira ocorrência de Pseudoguembelina palpebra. O limite K-Pg, no Poço Poty, foi reconhecido como um hiato que separa as zonas CF1 e Pα, caracterizado pela ausência da Zona P0. A caracterização paleoecológica e paleoambiental foi baseada no estudo dos morfogrupos de foraminíferos, levando em consideração o agrupamento dos morfotipos bentônicos e planctônicos. Foi possível identificar 14 morfogrupos funcionais de foraminíferos bentônicos, sendo os calcário-hialinos os mais representativos, seguido pelos aglutinantes. As análises das abundâncias dos diferentes grupos de foraminíferos (planctônicos vs. bentônicos, bentônicos infaunais vs. epifaunais, calcário-hialinos/aglutinantes/porcelanosos) deram suporte às interpretações paleoecológicas, mostrando uma associação bentônica abundante e diversificada, com o reconhecimento de seis biofácies, sendo: duas para o Campaniano (Biofácies 1 e 2), três para o Maastrichtiano (Biofácies 2, 3, 4 e 5) e uma para o Daniano (Biofácies 6). Um ambiente deposicional com paleobatimetrias variando entre nerítico médio/profundo (Campaniano), passando por nerítico profundo a batial superior (Maastrichtiano), até a instalação de um nerítico raso (Daniano), pode ser inferido, onde predominam condições de alta produtividade orgânica e níveis intermediários de oxigênio.