Tratamento agudo do acidente vascular cerebral no Sistema Único de Saúde do Recife : perfil profissional dos médicos dos hospitais terciários
A fibrinólise química para tratamento de acidente vascular cerebral isquêmico deve ser realizada o mais rápido possível para se obter os melhores resultados. A despeito de que a maior barreira para isso seja o tempo entre início dos sintomas e chegada ao hospital de referência (>4,5 horas), aquel...
Main Author: | NASCIMENTO, Ana Dolores Firmino Santos do |
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Other Authors: | VALENÇA, Marcelo Moraes |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2020
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37811 |
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Summary: |
A fibrinólise química para tratamento de acidente vascular cerebral isquêmico deve ser realizada o mais rápido possível para se obter os melhores resultados. A despeito de que a maior barreira para isso seja o tempo entre início dos sintomas e chegada ao hospital de referência (>4,5 horas), aqueles que conseguem transpor esse obstáculo ainda encontram entraves decorrentes de problemas intra-hospitalares como: atraso na realização de exames complementares e insegurança na prescrição da medicação. O estudo teve como objetivo caracterizar os centros de referência em tratamento agudo de acidente vascular cerebral do sistema público do Recife, bem como o perfil profissional dos médicos responsáveis por tal procedimento, utilizando tomografia de crânio como exame complementar. A amostra do estudo foi composta por 64 médicos, responsáveis pelo atendimento emergencial de pacientes com sintomas de acidente vascular cerebral, nos hospitais de referência em doenças neurológicas, do sistema público do Recife. Para obtenção dos dados, cada participante preencheu um questionário estruturado pela pesquisadora. A taxa de participação foi de 97% dos profissionais. Trinta profissionais responderam ser neurologistas; a média de anos de formado foi de 8,8; e de 3,6 anos trabalhando com trombólise venosa para acidente vascular cerebral isquêmico no Sistema Único de Saúde. Só dezoito participantes se auto definiram totalmente capazes de indicar e realizar trombólise venosa na maior parte dos casos; e 3 profissionais apresentam taxas de > 20 trombólises na carreira. A autopercepção sobre a capacidade de realizar a medicação mostrou associação com o tempo de formado, o tempo trabalhando com realização do procedimento e com a conclusão da residência em neurologia. Já a quantidade de trombólises realizadas teve, como única associação estatisticamente significativa, a autoanálise de se declarar totalmente capaz para realizar a administração da alteplase. O tempo de formado mostrou-se inversamente associado ao número de trombólises realizadas; e o tempo trabalhando com trombólise e a presença de especialização em Neurologia mostraram uma tendência a aumentar o número de pacientes tratados, porém não foram confirmados por testes estatísticos. No tocante às contraindicações, os profissionais definiram como contraindicações absolutas: cirurgia de grande porte realizada há < 14 dias (58/64), ASPECTS <7 (45/64) e uso de DOACs (38/64). O ASPECTS < 7 e o uso de warfarin, independentemente do valor do INR (17/64) foram as variáveis que tiveram suas escolhas como contraindicações absolutas associadas com o tempo trabalhando com trombólise. Os hospitais apresentam estrutura adequada para oferecer o tratamento, porém com subutilização de recursos. Os profissionais participantes se mostram atualizados com as novas práticas, mas ainda com pouca experiência, podendo atrapalhar a elegibilidade de pacientes para o tratamento adequado. |
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