Microplâncton no entorno da ilha oceânica do Atol das Rocas, Atlântico Sudoeste - Brasil

Esta tese foi desenvolvida no Atol das Rocas, oceano Atlântico tropical ocidental. Sua presença aumenta a produtividade por favorecer a mistura de águas nutridas em regiões iluminadas, acentuando a importância dos micro­organismos como cicladores de pequenas partículas, geralmente inacessíveis para...

Full description

Main Author: DANTAS, Patrícia Silva Basílio
Other Authors: LEITÃO, Sigrid Neumann
Format: doctoralThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2020
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38028
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Summary: Esta tese foi desenvolvida no Atol das Rocas, oceano Atlântico tropical ocidental. Sua presença aumenta a produtividade por favorecer a mistura de águas nutridas em regiões iluminadas, acentuando a importância dos micro­organismos como cicladores de pequenas partículas, geralmente inacessíveis para os demais níveis tróficos. Para tanto, objetivamos ampliar o conhecimento sobre a diversidade do microplâncton, assim como os possíveis efeitos dos fatores ambientais sobre sua dinâmica espaço­temporal. Foram desenvolvidos três capítulos, o primeiro versa sobre a diversidade do microzooplâncton. Foram identificados 197 táxons e os grupos com maior riqueza foram Radiozoa (79), Copepoda (49, também o mais frequente), Tintinnina (42) e Foraminifera (12). A maior densidade total foi 63 683.3 ind m−3 (2010). Foi encontrado um alto índice de diversidade de Shannon (H’), variando de 3,57 a 3,81 bits ind−1. Os melhores indicadores para o atol das Rocas foram Codonellopsis orthoceros e Acanthodesmia viniculata (Tintininna), Orbulina universa (Foraminifera) e Acrocalanus gracilis (Copepoda), que são espécies características de águas tropicais oligotróficas. O segundo capítulo teve enfoque na diversidade de Radiozoa Polycystina e sua dinâmica temporal. Foram identificados 76 taxa entre as Ordens Nassellaria (12 famílias) e Spumellaria (9 famílias). Destes, 65,8% ocorreram apenas em 2014, ano de maior riqueza e densidade total, diferente do observado para o microzooplâncton total. Foi verificada diferença significativa para a densidade apenas entre anos. A temperatura foi o parâmetro mais explicativo, com maiores valores em 2010. Os nutrientes apresentaram valores mais altos em 2014, principalmente a sílica. Pode­se deduzir que a classe Polycystina foi mais bem­sucedida em 2014 onde elevados valores de nutrientes contribuíram positivamente para a maior abundância. O terceiro capítulo tratou sobre a diversidade e dinâmica espaço­temporal dos Dinoflagellata. Foram identificados 90 taxa distribuídos em seis Ordens. Gonyaulacales apresentou maior riqueza, com 34 espécies do gênero Tripos e 6 do gênero Ceratium (família Ceratiaceae). 2014 apresentou maior riqueza específica (69), enquanto, 2010 apresentou maior densidade total (19 125.17 ind m−3). Com destaque para Ceratium tripos var. tripos, Ceratium horridum var. buceros, Ceratium sp. e Tripos candelabrus, reforçando a importância da família Ceratiaceae, que foi mais abundante em todos os fatores (dia/noite, distância e ano). O ANOSIM indicou diferenças entre anos e período, com maior semelhança entre 2010 e 2014. 2014 foi o ano que apresentou maior riqueza, equitabilidade e diversidade. A noite apresentou maior equitabilidade e menor riqueza (79 noite/ 69 dia). 14 espécies apresentaram valor indicativo para 2010, 3 para 2014 e nenhuma pra 2012. Para o período, 2 foram indicativas do dia e 5 da noite. Os parâmetros apresentaram apenas variação anual, exceto para nitrato e fosfato. Conclui­se que a diferença anual foi mais marcante do que por período. 2014 e 2010 apresentaram maior semelhança e 2014 foi o mais favorável ao desenvolvimento dos Dinoflagellata, visto sua maior riqueza e diversidade. De um modo geral, percebemos que os grupos estudados se comportam de maneiras distintas dentro do contexto interanual, mostrando a importância desses grupos como indicadores ambientais de variações climáticas.