Comparação entre os diagnósticos clínicos e os achados de necropsia: análise retrospectiva de 680 pacientes

OBJETIVO: Analisar a concordância entre os diagnósticos clínicos e os achados anatomopatológicos obtidos por meio do exame necroscópico, a fim de determinar a freqüência com que a necropsia revela diagnósticos principais inesperados, que são relevantes para a causa do óbito. MÉTODOS: Foram analisada...

Full description

Main Authors: Segura, Marcos Emanuel de Alcântara, Rocha, Erudith Mendes, Lourenço, Alexandre Alves, Veloso, Moema Gonçalves Pinheiro, Moraes, Waldete Cabral
Format: Artigo
Language: Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Patologia ClínicaSociedade Brasileira de PatologiaSociedade Brasileira de Citopatologia 2017
Subjects:
Online Access: http://repositorio.unb.br/handle/10482/26797
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Summary: OBJETIVO: Analisar a concordância entre os diagnósticos clínicos e os achados anatomopatológicos obtidos por meio do exame necroscópico, a fim de determinar a freqüência com que a necropsia revela diagnósticos principais inesperados, que são relevantes para a causa do óbito. MÉTODOS: Foram analisadas retrospectivamente 680 necropsias realizadas no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), de janeiro de 1997 a dezembro de 2002. Para a comparação entre os achados clínicos e anatomopatológicos utilizou-se a classificação de Goldman, e fez-se a correlação segundo o sexo, a idade do paciente, a unidade de internação e o tempo de permanência hospitalar. Foram utilizados, como fonte de dados, os pedidos de necropsia, preenchidos pelos médicos-assistentes, e os laudos finais de necropsia. RESULTADOS: A necropsia confirmou os diagnósticos principais formulados pela clínica em 69% das amostras. Em relação aos casos discordantes, 18% foram classificados como classe I (com potencial impacto na sobrevida do paciente) e 13% como classe II (sem o questionável impacto na sobrevida do paciente). Os principais diagnósticos discordantes mais freqüentes foram doenças do aparelho circulatório (acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca congestiva e miocardiopatia hipertrófica), moléstias infecciosas (meningite bacteriana, tuberculose miliar e neurotoxoplasmose) e neoplasias (linfomas). CONCLUSÕES: Evidenciou-se significativa discordância entre os diagnósticos clínicos e anatomopatológicos post mortem, mostrando que a necropsia ainda é um procedimento importante para o esclarecimento diagnóstico, bem como para a melhoria dos serviços de saúde.