Construção e validação de um vídeo educacional para a promoção do autocuidado de pacientes com fístula arteriovenosa

A Fístula Arteriovenosa (FAV) consiste na comunicação entre uma artéria e uma veia adjacente confeccionada cirurgicamente. Ela representa o acesso ideal para a realização da hemodiálise, pois permite uma abordagem segura e contínua do sistema vascular, sendo mais durável e associada a menor morbimor...

Full description

Main Author: PESSOA, Natália Ramos Costa
Other Authors: RAMOS, Vânia Pinheiro
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29618
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Summary: A Fístula Arteriovenosa (FAV) consiste na comunicação entre uma artéria e uma veia adjacente confeccionada cirurgicamente. Ela representa o acesso ideal para a realização da hemodiálise, pois permite uma abordagem segura e contínua do sistema vascular, sendo mais durável e associada a menor morbimortalidade em comparação com enxertos e cateteres. No entanto, apesar de apresentar menor taxa, algumas complicações podem acontecer, tais como: estenoses, tromboses, fracasso de maturação, edemas de mão, pseudoaneurismas e infecções. Na tentativa de minimizar tais eventos destaca-se a importância de intervenções educativas realizadas pelo enfermeiro para esta clientela, as quais podem representar um artifício para a aquisição de habilidades dos usuários no autocuidado com a fístula. Dessa forma, a Teoria Geral de Enfermagem de Dorothea Orem pode representar um subsídio no planejamento de ações de educação em saúde entre pacientes renais. Diante da problemática, este objetivou validar um vídeo educacional para a promoção do autocuidado com a fístula arteriovenosa entre pacientes renais crônicos. Trata-se de um estudo metodológico, com duas etapas distintas. A primeira etapa seguiu com o levantamento do conteúdo a ser inserido no vídeo educacional, o qual teve como base a Teoria Geral de Enfermagem de Orem. Para tanto, foram identificadas as demandas e o déficit do autocuidado por meio de uma revisão de literatura e da identificação da necessidade de conhecimento de pacientes renais crônicos sobre o autocuidado com a fístula arteriovenosa. Após o levantamento do conteúdo, foi iniciada a segunda etapa com a construção do vídeo considerando os passos de pré-produção, produção e pós-produção propostos por Kindem e Musberguer (2009). Durante a produção do material, foi feita a validação de conteúdo do roteiro construído na pré-produção do vídeo educacional. Nessa etapa, a avaliação de conteúdo foi realizada por enfermeiros na área de nefrologia e por profissionais da comunicação social. A partir desta avaliação, foram realizadas as modificações necessárias, a fim de tornar o vídeo adequado para o público de pacientes renais, sendo lançada a versão final do material. Em relação aos aspectos éticos, o estudo foi realizado em concordância com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, obtendo aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), sob o nº de parecer 2.116.879 e CAAE 61705516.0.0000.5208. A partir da busca na literatura, foi possível identificar as demandas de autocuidado relacionadas à fístula, as quais foram descritas de acordo com o período de uso da FAV e com os sinais de alerta relacionados ao acesso. Com relação ao déficit de autocuidado com o acesso, foi observado, durante as entrevistas com pacientes renais, que muitos cuidados eram desconhecidos por eles: cuidados no pré e pós-operatório de confecção da FAV (92,9%) (100%), respectivamente, ações que devem ser evitadas no braço da FAV (99%), identificação dos sinais de infecção (100%) e de sinais de alerta no braço da FAV (99%), além dos cuidados nos casos de hematoma (78,6%). Diante dos dados, deu-se início a construção da sinopse, argumento e roteiro do vídeo educacional com posterior validação de conteúdo do roteiro construído. Assim, com relação à concordância identificada entre os juízes (enfermeiros e profissionais da comunicação) foi possível observar que os seguintes itens apresentaram avaliação negativa: “As ilustrações motivam para a compreensão da mensagem do vídeo” (p=0,001), “A estrutura geral é criativa” (p=0,001), “O ritmo das cenas é cansativo” (p=0,001/p=0,034), “Os personagens/imagens são atrativos para o público alvo” (p=0,006), “As ilustrações refletem aspectos importantes da temática em estudo” (p=0,006) e “As cenas descritas refletem estereótipos ou descriminação” (p=0,008). Diante dos resultados, foram realizadas as modificações necessárias e posterior elaboração do storyboard, seguindo com as etapas de produção e pós-produção a fim de obter a versão final do vídeo. Do exposto, o vídeo educacional para a promoção do autocuidado com a FAV entre pacientes renais, após avaliação criteriosa de juízes enfermeiros e profissionais da comunicação social, foi considerado válido.