Impolidez e interrupção na aula de Língua Inglesa
Ao nos comunicarmos buscamos normalmente evitar qualquer forma de conflito, já que isso dificultaria o sucesso da interação. Em um ambiente institucional e pedagógico (BARROS, 2005), no qual papéis específicos são desempenhados isso é ainda mais verdadeiro, pois as assimetrias e outros elementos req...
Main Author: | COSTA, Marcelo Augusto Mesquita da |
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Other Authors: | BARROS, Kazuê Saito Monteiro de |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32011 |
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Summary: |
Ao nos comunicarmos buscamos normalmente evitar qualquer forma de conflito, já que isso dificultaria o sucesso da interação. Em um ambiente institucional e pedagógico (BARROS, 2005), no qual papéis específicos são desempenhados isso é ainda mais verdadeiro, pois as assimetrias e outros elementos requerem ainda mais polidez dos participantes. Este trabalho busca analisar um recurso interativo no qual há chances de ocorrer impolidez: a interrupção. Dessa forma, o objetivo principal da pesquisa é identificar os momentos, as funções, e consequências para a interação, além das possíveis reformulações do discurso quando os interlocutores percebem que foram impolidos ou ainda deixaram dúvida sobre suas intenções em momentos de interrupção na aula de inglês. O trabalho também destaca que as interrupções não possuem apenas um viés negativo, mas podem ser neutras e até positivas. O estudo se baseia metodologicamente em princípios da análise conversacional (SCHEGLOFF & SACKS, 1973; MARCUSCHI, 1997; LEVINSON, 1983; LIDDICOAT, 2007) e da interação verbal (GUMPERZ, 1981; MARCUSCHI, 1999;) e considera o turno como elemento principal de investigação. Os dados da pesquisa advêm de gravações de áudio e transcrições de aulas de dois cursos de Inglês do Recife. Resultados apontam que os professores interrompem mais do que os alunos de uma forma geral. Os professores interrompem mais para checagem de conhecimento, enquanto que os alunos interrompem mais para tirar dúvidas sobre o conteúdo ou sobre as instruções de como realizar a atividade. Em aulas nas quais os alunos fazem apresentações de trabalhos, o professor interrompe menos do que em aulas mais expositivas, o que sugere que o tipo de aula interfere também na interação. Nesse tipo de aula os alunos interrompem mais para complementar informações dos colegas, semelhantemente ao tipo de interrupção descrito por Tannen (1989). As interrupções e, consequentemente, as avaliações negativas destinadas a algumas delas (impolidez) são recorrentes na sala de aula. Ao saber em que momentos e como as interrupções se desenvolvem na aula pode ser valioso tanto para professores como para os alunos em prol do ensino e aprendizagem do idioma. A pesquisa conseguiu atingir o objetivo de desenvolver uma tipologia original quanto às interrupções relacionando-as à autoria e diferenciando as mais negativas das mais neutras, atingindo assim o objetivo principal almejado desde o início. |
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