Identificação e caracterização de compostos com ações antioxidante e antimicrobiana de folhas de Spondias tuberosa Arruda (Anacardiaceae)
O objetivo foi identificar e caracterizar compostos com ação antioxidante e atividade antimicrobiana presentes em folhas de S. tuberosa, além disso, foi avaliado a forma de atuação: efeitos do exrato hexano na produção de superóxido, potencial da membrana mitocondrial e lisossomal, e da externalizaç...
Main Author: | CORDEIRO, Bruna Maria Pereira da Costa |
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Other Authors: | PAIVA, Patrícia Maria Guedes |
Format: | doctoralThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2020
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38473 |
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Summary: |
O objetivo foi identificar e caracterizar compostos com ação antioxidante e atividade antimicrobiana presentes em folhas de S. tuberosa, além disso, foi avaliado a forma de atuação: efeitos do exrato hexano na produção de superóxido, potencial da membrana mitocondrial e lisossomal, e da externalização da fosfotidilserina. Extrato hexânico (EH) das folhas teve sua composição química avaliada por cromatografia de camada delgada (CCD), cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e ressonância magnética nuclear 1H (RMN). O potencial antioxidante utilizou métodos de sequestro dos radicais livres DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazila) e ABTS (2,2-azinobis-[3-etil-benzotiazolina-6-ácido sulfônico]). Atividade antifúngica de EH foi avaliada contra espécies de Candida e de Cryptococcus. Adicionalmente, a atividade hemolítica foi avaliada. A partir de extrato salino do pecíolo das folhas, foi isolada por cromatografia em coluna de quitina uma lectina (StLPL, do inglês S. tuberosa leaf petiole lectin) e caracterizada quanto ao perfil em eletroforese em gel de poliacrilamida em condições desnaturantes (SDS-PAGE), especificidade de ligação a carboidratos, efeito de variações de temperatura e pH e presença de cátions divalentes na atividade hemaglutinante (AH). Ainda, a atividade antibacteriana da lectina contra fitopatógenos do gênero Pectobacterium foi investigada. EH contém flavonóides, taninos hidrolisáveis, saponinas e terpenos. O perfil em CLAE indicou a presença de hiperosídeo (1,27 ± 0,0128 g%) e ácido gálico (0,28 ± 0,0076 g%). O espectro de 1H RMN mostrou a presença de ácidos graxos saturados e insaturados. EH apresentou atividade antioxidante nos ensaios de DPPH (IC50: 234 μg /mL) e ABTS (IC50: 123,33 μg /mL) e foi capaz de inibir o crescimento de Candida albicans, Candida glabrata, Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii com concentração mínima inibitória (CMI) de 2,0, 0,078, 0,78 e 3,12 mg/mL, respectivamente. O tratamento das células de C. glabrata, C. gattii e C. neoformans com EH resultou em aumento dos níveis mitocondriais do ânion superóxido, bem como causou hiperpolarização (C. glabrata) ou despolarização (C. gattii e C. neoformans) da membrana mitocondrial e comprometimento da membrana lisossomal. O extrato induziu apoptose das células de C. gattii. Foi detectada uma fraca atividade hemolítica sobre eritrócitos humanos (EC50: 740,8 μg/mL). StLPL foi isolada com fator de purificação 1,49, apresentou uma única banda polipeptídica de aproximadamente 21 kDa em SDS-PAGE e sua AH foi inibida por fetuína. A lectina permaneceu ativa após aquecimento até 100 ºC e em ampla faixa de pH (3,0 a 12,0) e foi estimulada na presença de Mg2+. StLPL apresentou atividade bacteriostática (CMI de 80 a 160 µg/mL) contra P. carotovorum brasiliensis, P. carotovorum carotovorum e dois isolados (Pectobacterium sp.) obtidos de rúcula e alface. Ação bactericida foi detectada contra o isolado de rúcula. Em conclusão, o extrato hexânico de folhas de S. tuberosa (contendo metabólitos secundários e ácidos graxos) apresentou atividade antioxidante moderada e ação antifúngica sobre espécies de Candida e Cryptococcus por causar danos a nível mitocondrial e lisossomal; ainda, o pecíolo das folhas contém StLPL, uma lectina termoestável ativa contra bactérias fitopatogênicas. Descritos pela primeria vez, os resultados demonstram o potencial do umbuzeiro em fornecer moléculas de relevância biomédica, estimulando sua valorização e conservação. |
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