Recorrência de sibilância no lactente: tratamento com probióticos
Introdução: A prevalência de sibilância recorrente no lactente tem aumentado em vários países, e esse resultado não pode ser unicamente explicado por fatores hereditários, pois fatores ambientais têm tido papel importante, influenciando o sistema imunológico em fase inicial da vida. Desequilíbrios n...
Main Author: | ARAÚJO, Geórgia Véras de |
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Other Authors: | SARINHO, Emanuel Sávio Cavalcanti |
Format: | masterThesis |
Language: | por |
Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2019
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Subjects: | |
Online Access: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31553 |
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Summary: |
Introdução: A prevalência de sibilância recorrente no lactente tem aumentado em vários países, e esse resultado não pode ser unicamente explicado por fatores hereditários, pois fatores ambientais têm tido papel importante, influenciando o sistema imunológico em fase inicial da vida. Desequilíbrios no balanço Th1/Th2 e Treg, por fatores externos que alteram a microbiota intestinal, favorecem respostas imunes deficientes ou até exacerbadas frente às várias agressões diárias. Através da ação imunoestimulatória in vitro dos probióticos, estudos começam a direcionar sua aplicação e avaliar os possíveis benefícios que essas bactérias podem promover. Atualmente, vem sendo realizados estudos com o uso de probióticos na prevenção e tratamento das infecções respiratórias, assim como na asma em crianças maiores, mas estudos para avaliar o comportamento dos probióticos em lactentes sibilantes são necessários. Objetivos: Identificar ensaios clínicos randomizados que tiveram como intervenção o uso de probióticos no tratamento das infecções respiratórias na infância; avaliar a ocorrência de sibilância após uso de probióticos como adjuvante no tratamento do lactente sibilante e a expressão das citocinas IL-10, IL-12 e INF-γ in vitro. Métodos: Para o primeiro objetivo específico realizamos uma revisão sistemática com ensaios clínicos randomizados que foram identificados em quatro bases de dados eletrônicas, avaliando o uso de probióticos na redução dos sintomas, na redução da duração da doença e redução de novos episódios de infecções respiratórias superior e inferior em crianças. Para o segundo objetivo específico, realizamos um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, paralelo, placebo-controlado em 60 lactentes sibilantes recorrentes, de seis a 24 meses de idade, no período de Abril de 2014 à Abril de 2015. Os lactentes foram randomizados para receberem diariamente uma mistura de probióticos ou placebo, adicionados ao tratamento convencional com esteroide inalatório durante oito semanas. Realizaram exames antes e após intervenção e foram acompanhados por mais oito semanas de seguimento. Resultados: Na revisão sistemática foram analisados 11 ensaios clínicos randomizados que apresentaram grande heterogeneidade em relação às cepas dos probióticos utilizadas, à forma de administração e ao tempo de intervenção. Redução de novos episódios de infecção respiratória foi o desfecho mais identificado em seis ensaios clínicos. No estudo experimental, o uso da mistura de probióticos foi mais propenso em reduzir a ocorrência de sibilância durante o período de intervenção e seguimento em comparação ao grupo placebo, entretanto não houve diferença significativa entre os dois grupos. Houve aumento com significância estatística da citocina IL-10 (P = 0,029) ao estímulo in vitro com Phitohemaglutinina A e da IL-12 aos estímulos com Dermatophagoides pteronyssinus (P = 0,040) e Probióticos (P = 0,032) no grupo que usou probióticos em comparação ao grupo placebo. Conclusão: Redução de novos episódios de infecção respiratória foi o desfecho positivo encontrado com o uso de probióticos nos ensaios clínicos randomizados da revisão sistemática. Probióticos exercem um efeito imunoestimulatório com maior expressão in vitro das citocinas IL-10 e IL-12, mas não houve benefício clínico entre os grupos que receberam a mistura de probióticos em comparação ao placebo. |
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