A ludicidade nas tramas da leitura: o jogo mobilizador de sujeito, lugares e sentidos no livro didático de língua espanhola

A presente pesquisa se dedica a pensar acerca da ludicidade, a partir do viés da Análise do Discurso de linha pecheuxtiana. Mais especificamente, buscamos investigar como Livros Didáticos (LDs) de Espanhol como Língua Estrangeira (ELE) adotados no ensino médio promovem a produção de leitura, observa...

Full description

Main Author: GOMES, Marina Maria da Glória
Other Authors: DE NARDI, Fabiele Stockmans
Format: masterThesis
Language: por
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2019
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34426
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Summary: A presente pesquisa se dedica a pensar acerca da ludicidade, a partir do viés da Análise do Discurso de linha pecheuxtiana. Mais especificamente, buscamos investigar como Livros Didáticos (LDs) de Espanhol como Língua Estrangeira (ELE) adotados no ensino médio promovem a produção de leitura, observando se há, nesse trabalho com a leitura, espaços de ludicidade. Nossa análise esteve centrada na produção da leitura viabilizada pela elaboração dos enunciados em torno do texto, o que tornou possível o acesso ao jogo entre paráfrase e polissemia na mediação proposta pelo LD. Tomamos como ponto de partida o pressuposto de que o modo como o LD constrói a prática da leitura pode abrir mais ou menos espaços para a polissemia e/ou (im)possibilitar a abertura aos espaços de ludicidade. Apoiamo-nos nas leituras de Orlandi (1996) para as reflexões sobre o jogo entre paráfrase e polissemia nos processos de significação, além de recorrer às discussões da mesma autora (1988, 2001) sobre a leitura enquanto produção. Nas discussões em torno à relação entre língua, sujeito e subjetividade, recorremos a De Nardi (2007), Coracini (2007), Celada e Payer (2016). Ao longo do percurso teórico proposto, defendemos um olhar sobre o ensino de línguas que aponta para a dimensão formativa do sujeito, ou seja, defendemos que há um ganho na experiência da LE que vai além da língua fechada em um código, dada a experiência do sair do lugar, do deslocar-se discursivamente. Foi pensando na reversibilidade de lugares no discurso que chegamos à compreensão sobre o trabalho com a ludicidade, pois nossa discussão sobre a ludicidade não esteve centrada apenas no brincar, nossa reflexão está voltada aos jogos de sentidos por meio da experiência de se deslocar discursivamente por meio da ruptura na reprodução de sentidos e possibilitar a criatividade, não entendida como criação de novos sentidos, mas como ressignificação. Nas análises do corpus, demos visibilidade à investida dos LDs em um trabalho que se propõe a mobilizar espaços de refletir sobre a cultura do outro, mas, regularmente, desliza para uma mediação que restringe o sujeito-leitor a um trabalho parafrástico e, portanto, autoritário, de modo a impedir sua inscrição nos saberes outros que não sejam apenas os delimitados pela leitura prevista do texto. Contudo, ainda que de forma tênue, é possível considerar algumas aberturas ao funcionamento da ludicidade, não através da mediação da leitura realizada pelo LD, mas pela presença de alguns textos que podem levar aos espaços de ludicidade, a depender da mediação do professor.