Caracterização fenotípica de resistência antimicrobiana de Staphylococcus aureus isolados de carnes

Dentre as principais bactérias relacionadas com casos de surtos de Doenças Veiculadas por Alimentos (DVA) no Brasil, encontra-se Staphylococcus aureus, microrganismo responsável por ocasionar intoxicação alimentar. Outra preocupação atribuída à presença de S. aureus em alimentos é a propagação de...

Full description

Main Author: SOUSA, Amanda Felix de
Other Authors: MACHADO, Erilane de Castro Lima
Format: bachelorThesis
Language: por
Published: 2020
Subjects:
Online Access: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36376
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Summary: Dentre as principais bactérias relacionadas com casos de surtos de Doenças Veiculadas por Alimentos (DVA) no Brasil, encontra-se Staphylococcus aureus, microrganismo responsável por ocasionar intoxicação alimentar. Outra preocupação atribuída à presença de S. aureus em alimentos é a propagação de cepas resistentes a antimicrobianos, o que constitui um risco à qualidade de vida humana. O desenvolvimento dessa resistência está muito associado ao uso prolongado e indevido de antimicrobianos na produção de animais com fins terapêuticos, profiláticos, ou como estimuladores de crescimento. Muitas cepas de S. aureus resistentes a antimicrobianos já foram identificadas em diferentes tipos de carnes cruas. Dessa forma, esse estudo objetivou analisar as características fenotípicas de resistência antimicrobiana de S. aureus isolados de carnes comercializadas em cidades de Pernambuco, Brasil. Para isso, amostras de carne bovina moída, suína e de frango foram coletadas em mercados e submetidas à análise microbiológica para contagem e isolamento S. aureus. Cepas de S. aureus isoladas foram submetidas ao teste de susceptibilidade antimicrobiana a nove antimicrobianos. Em seguida, analisou-se a multirresistência antimicrobiana. Foi constatada contaminação por S. aureus em todos os tipos de carnes, variando 2,4x101 UFC/g na carne de frango a 2,2x106 UFC/g na carne suína. Um total de 34,4% (31/90) foram positivas para S. aureus, sendo a maior ocorrência em carne suína com 61,29% (19/31), seguida de carne bovina moída com 32,25% (10/31) e carne de frango com 6,45% (2/31). Entre as 31 cepas isoladas, 48,38% foram resistentes à tetraciclina, 29% a penicilina G, 12,9% a eritromicina e 6,45% a clindamicina, sendo 9,67% multidroga resistentes (MDR). Nenhum isolado expressou o fenótipo de resistência à meticilina (MRSA), no entanto, 6,45% (2/31) isolados de carne de frango apresentaram o fenótipo de resistência constitutiva a macrolídeos, lincosamidas e estreptograminas do tipo B (MLSBc). Conclui-se que as carnes analisadas mostraram-se contaminadas por S. aureus, representando importantes veículos para a disseminação de S. aureus resistentes e multirresistentes a antimicrobianos, sendo um risco a segurança alimentar e a saúde da população.